Bonecas de Ataúro
terça-feira, 10 de março de 2009
Ataúro, Parte II, Manuel Pacheco
«Passemos então a outras histórias... viagens, fotos e a descrição de como funciona um projecto de micro-crédito no gabinete onde trabalho.» Manuel Pacheco, um Leigo para o Desenvolvimento em Timor de 2006 a 2008.No primeiro texto desta série, o Manuel apresentou o cenário onde as Bonecas se inserem - a ilha de Ataúro. Deixa-nos agora este enquadramento da história do projecto:
De entre as populações que se dedicam à pesca (não estou a fazer nenhuma gracinha aqui) a maioria são da região leste do país (lorosae). Mesmo os pescadores da cidade de Díli são lorosae (pessoas do leste que se moveram para a cidade). Ou seja, a situação politica (vulgo, conflitos entre lorosae e loromonu de 2006) teve impacto no nosso trabalho pois os meus colegas do GME são timorenses loromonu e tinham receio de realizar projectos com lorosae (se bem que, felizmente, isso já se vai ultrapassando).
Ataúro surgiu como uma hipótese de realizar este apoio a comunidades de pescadores, pois em Ataúro os problemas do ano passado não tiveram tanto impacto como no resto do país e as comunidades locais de pescadores são loromonu.
Pelo que podemos recolher de informação, actualmente não existia nenhuma entidade a oferecer micro-crédito na ilha. Também o isolamento foi levado em consideração como um factor positivo pois permitia que o projecto lá tenha um impacto social maior.
Todos estes condicionantes fizeram-nos considerar a importância que este projecto em Ataúro poderia ter. Faltava-nos, no entanto, para iniciar o projecto uma figura chave. Alguém que, localmente, funcionasse como patrono da iniciativa.
Essa figura deveria ter o conhecimento do local necessário para nos apoiar na divulgação do projecto, na selecção dos grupos interessados e, posteriormente, servisse de testemunha aos contratos de micro-crédito.

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